Perdido, perdi-te?

Deixa que os meus olhos te observem. Eles não te vão fazer mal, eles não te vão magoar. Nem quando eles se assemelham a um luar, nem quando quase me transformo em canibal. Nunca te vou deixar, gritei eu 5 minutos antes de partir. Não podia ficar sabendo que assim o prometi, percebeste isso no momento em que me olhei nos olhos, tentara encontrar a razão para sair. Sem sucesso, segui sem suspeitas, segui sem razões, segui sem perdões, segui sem consentimento, meu ou alheio. Um dia vou voltar, talvez. É mais que certo que te voltarei a ver, é mais que certo que serei diferente, é mais que certo que continuarei o mesmo... Continuei, devagar prossegui, não havia o que olhar por cima dos ombros, não havia do que fugir, não havia para onde me apressar. Era assim que eu gostava, era assim que podia suavemente deprimir na minha alegre solidão. Comecei então a planear o momento do não próximo regresso. Havia uma festa? Algo do género, mas não. Os copos estavam partidos e as bebidas quentes. Os balões ainda estavam lá, mas já enrugados pelo tempo, as crianças não corriam, o leitor estava encravado e a musica não rolava, apenas a repetição daquele verso se fazia ouvir. À medida que me aproximava a curiosidade apertava, que festa era aquela? Era cinzenta e sem alegria, quando lá cheguei, finalmente, já lá não estavas, ou só lá estava o teu corpo. Assim como o de toda a gente...curiosidade, medo e raiva me assolavam, curiosidade, medo e raiva me perseguiram. Decidi re-imaginar...mas não mudava, era como se de uma visão do futuro se tratasse. Será que...? Não sei, não sabia pelo menos. Só havia duas opções, ou confiava que aquilo não passou dum sonho mau e continuava com a minha viagem, ou acreditava que tinha poderes adivinhatórios e voltava para trás para vos ajudar...Mas ajudar quem? Não conhecia ninguém daquela festa para além de ti, porquê uma festa de recepção com gente que não me conhece? Acreditei que era a minha imaginação apenas, acreditei que era apenas um pesadelo, acreditei que tinha tempo para voltar, acreditei que não era preciso salvar ninguém pois o perigo estava apenas na minha cabeça e...perdi-te. Perdi-te e a todos aqueles ilustres desconhecidos que se reuniram para me saudar. Será que perdi? Será que continuo a sonhar? É impossível terem passado tantas semanas e ter acontecido exactamente o que eu sonhei. É impossível, mas será? Parecia bem real, mas da primeira vez também parecia e não aconteceu...ou se calhar aconteceu e a minha mente criou esta ilusão para ludibriar a dor. Talvez se seguir viagem tudo se torne mais claro. Pois assim segui, e assim me fui afastando. Todas as noites acordava sobressaltado com aquela imagem na cabeça, com a duvida, com a tormenta. Será que aconteceu? Uma vez? Duas vezes? Já não dormia em condições há várias semanas. A minha vida era caminhar e ter pesadelos, ou pesadelo, sempre o mesmo, sempre a mesma imagem. Sempre a mesma festa, sempre a mesma figura tua: pálida e parada. Caminhei tanto, tentando perceber o que aconteceu que acabei por me perder. Não sabia onde estava nem sabia como voltar. Não sabia como estavas nem sabia se ainda estavas. Só o pesadelo continuava, já tinha decorado aquela imagem de horror. Sempre a lápis de carvão e nunca a lápis de cera. E agora?

reco-reco

Sonhei contigo, sonhei contigo quando pensei já te ter superado. Sonhei contigo quando já nem em ti pensava, conscientemente apenas, pelos vistos. É complicado agora digerir reacções. Se por um lado já tudo foi dito por outro ainda ficou muito por concretizar.

No meu sonho eras diferente, eras mais como eu e menos como tu. Um bocado narcisista, mas eu não controlo os sonhos. Eu não posso falar de toda a gente, mas quanto a mim não é o oposto que atrai, quanto mais as pessoas se assemelham mais atraido me sinto. Se calhar no fundo procuro outro eu no sexo oposto. Um ser perfeito a meus olhos. Por muito que não me considere perfeito, adoro também as minhas imperfeições. E mais uma vez narcisista, pois claro.

Mas voltando ao sonho. Tinhas crescido também, em parte só a tua figura era a mesma, no fundo nem contigo estava a sonhar mas...porquê a tua imagem? Naqueles 30 segundos após acordar em que ainda estamos a dormir mas já com os sentidos despertos ainda tentei alcançar algo na minha cama, sem sucesso. Também tinhas a tua voz, o teu jeito de andar e a tua forma de vestir. Mais uma vez, não sei o que isso quereria dizer.

Foi só um sonho, nunca foi de lhes dar muita importância, talvez porque passei toda a minha infância sem os ter, ou pelo menos sem me lembrar deles ao acordar. Sempre fui mais de imaginar do que de sonhar, assim posso recuar e re-desenhar até alcançar o ambiente perfeito. Já tive perto de o conseguir, até já imaginei o meu próprio mundo e as pessoas que lá habitavam, curiosamente poucas das quais conheço pessoalmente. Mas isso fica para outra altura.

Quando eu finalmente encontrar o meu eu no sexo oposto, tenho a certeza de que nos vamos adorar, quase tanta certeza como a que tenho de que nos vamos dar extremamente mal. Eu não gostaria de conviver comigo mesmo, deveria ser complicado, iríamos estar tanto em sintonia que um de nós ia constantemente mudar a própria opinião só para ter com que contrariar, e às vezes íamos estar em sintonia só para conseguir contrariar o costume.

Ao escrever este texto chego à conclusão que afinal o ser perfeito para mim é o que tem mais a ver comigo, mas...vamos falar de quê? Vamos fazer o quê juntos? Se calhar também não.

Afinal o ser perfeito para mim é um ser sem personalidade, que concorde sempre comigo não porque sente mas porque não tem opinião própria e portanto é fácil de lidar, duvide que consiga alguém assim. Pelo menos permanentemente assim.

Bem, não há ser perfeito para mim. Ou então é alguém que reuna um pouco destas todas. Ou então um que não reuna nenhuma destas condições.

Como sempre, ninguém faz ideia do que raio é que eu tou a falar

Bom dia

Todas as forças abruptas do reino do mal se reuniram, eram 7.30 na altura. Tinham um minucioso plano de controlo de todo o metabolismo publico. Eram unidos, nobres por uma causa, sentiam toda aquela magnificência de maldades como se fosse a sua própria. Sempre foram fieis à causa, era isso que os tornava tão fortes, todos tinham cega fé na sua causa. O mundo era deles, nem precisavam de rei pois auto-reinavam-se na crença das suas convicções e clemencias.

No entanto, a vida era dura para eles. Nem sempre é fácil enfrentar tudo e todos para combater pelo mal, nem sempre se é devidamente apreciado quando se está entre barricadas supostamente inimigas. Os olhares amedrontados da multidão deixavam transparecer ódio, os gritos desesperados das vitimas muitas vezes faziam aqueles soldados balançar, mas depressa a força vinha, e a crença mantinha. Essa força sempre me impressionou, ao contrário de ódio, nos meus olhos sempre brilhou admiração, mesmo enquanto de esquartejamentos eles se divertiam, mesmo sabendo que todas as razões daquilo vão contra tudo que de normal considero moral, havia sempre uma parte de sub-consciente de mim que os admirava pela sua genial maleficência.

21/8/08, com amor

No outro lado

Há uma fome por satisfazer, há um desejo ardente por saciar, há um inevitável descontrolo pelo incontrolável. O que será? Não sei, mais alguém o almejará? Movimentados processos e alvarás a descoberta e nula e nunca aliviará a gula. Haverá rios que não acabem por tempo bastante para se tornarem perpétuos? Haverá estrela tão luminosa que nos alente de esperança assim tão incessantemente? É que serão ainda precisos muitos mais como os que já vieram para atingirmos tudo o que nos confiam receber. Altos fardos transportamos hoje em dia, vão crescendo na mesma medida que as nossas costas. Ao mesmo tempo que as mais recentes assimetrias ecuménicas nos desembarcam nas costas. Por mais verde que seja a relva, por mais azul que seja o mar, as suas cores nunca nos vão responder ao porquê de assim serem, cores. Talvez a resposta esteja nesse toque, ainda esteja nesse toque. Parece estranho, para mim estranhamente até parece fazer sentido. Mas as vidas também seguiram diferentes dos mesmos sentidos, com algum senso e concordância. E hoje o que resta? O amanha. E amanha restará o depois, e depois restará o verde da relva, que estará luzente por causa da chuva, luzente ao ponto de iluminar um outro toque, talvez um tão grandioso que possa responder outra vez ao azul do mar… talvez.

E 4 meses entretanto se passaram

E em 4 meses não mudou muita coisa, mudou tudo. Mudaram o sitio, os costumes, os quotidianos, as visões e as imaginações. É claro que tudo se manteve também, apenas mais distante. Também sei que não aparece, esquece. E que mais tarde ou mais cedo ou mais tarde tinha que aparecer sob pena de ser esquecido. Espero que não seja tarde de mais.

Quanto aos que ficaram, não tão esquecidos, espero também que não me estejam a esquecer, apesar de eu não aparecer. Estou só aqui a lutar com Dragões e a perseguir feiticeiros, mas como qualquer guerreiro precisa de férias, não deverá faltar muito mais para uns tempos em ocidental praia Lusitana, receio é que não a tempo da real praia.

Obrigado à alma que me perguntou se não escrevia mais, aqui está a resposta. Vou escrevendo, é sempre bom praticar o Português.

Vou saltar a parte do isto é bonito e estou a adaptar-me bem e tudo mais para passar à parte de que isto não é o meu País. Nunca fui nacionalista, e não é o facto de se chamar Portugal que me faz sentir saudades. É lembrar-me de tudo o que as pessoas desse país me proporcionaram durante mais de 18 anos. Todas elas, as mais importantes estão cá também. Outras também muito importantes aí ficaram. Vou mantendo a regra de não colocar nomes aqui, assim todos ficam contentes a pensar que tou a falar deles, santa inocência :D

Só faz falta quem não está cá

É meio que um habito do ser humano queixar-se da ausência de alguém ou de alguma coisa. Não que isso nos faça realmente falta, por vezes. Não sei até que ponto se pode medir a falta que as coisas nos fazem mas a verdade é que nos queixamos inevitavelmente do que não temos.

Raras são as vezes que damos real valor ao que é dado adquirido. Mas, no fundo sabemos que essas são as que realmente importam. Sejam coisas ou pessoas. Contra mim falando, sei que há poucas pessoas que vão permanecer comigo a vida toda, resume-se basicamente à minha família e ao núcleo dos 3 do costume...se calhar com mais um ou outro mais recente. Mas nem me lembro da ultima vez que lhes disse isto mesmo. É claro que estou lá para qualquer coisa que precisem, mas às vezes ponho-me a pensar...será que sentem falta de algo mais? É que merecer, merecem! Falando por mim, não sinto necessidade de amostragem de afectos por parte dos acima mencionados, sei que estão lá e que são mútuos. Se calhar no dia em que duvidar deles precise de algo mais.

Não quero ser injusto para com outras pessoas que eu gosto e que sei que gostam de mim, mas fria e sinceramente...duvido que dure para sempre. A vida afasta as pessoas, não é culpa de ninguém mas é inevitável.

Um grande abraço e um enorme beijo a todos os mencionados neste texto, não são precisos nomes. Que são quem realmente me merece! 8-)

The end.

Não sei

Quando mais pensei conseguir foi quando vacilei. Estava sozinho, no meu quarto. Confiante na reviravolta, confiante em passar por cima em andar e frente. Estou agora no mesmo quarto, todo ele atormentado pela desconfiança. Toda a a ilusão se transformou em restias passadas e mal vividas, mal esclarecidas. Terei um ponto final? Se ainda a pouco o firmara agora só penso em lhe acrescentar mais dois pontos reticentes, tu e eu. Nunca fui de causas esquecidas e de guerras perdidas, nunca fui de perder tempo a lutar por algo que não dependo conquistar. Quem me dera dizer para irmos em direcções opostas...quem me dera conseguir eu virar na próxima esquina, mas a cada segundo cada vez mais me desidrato. Será que amanha o tempo vai mudar?

Não, não é cansaço...

É vazio. Sonhei contigo e acordei, desilusão de não te ver e continuar a sonhar. Cada vez mais agoniante, pior que uma ressaca esta ausência de emoção. Peguei no telefone e pousei vezes sem conta, sem novidades. Sonhei que adormeci para sonhar contigo mas continuava acordado. Dei voltas na cama e acordei do pesadelo de estar acordado. Mas continuei sem dormir e agora sem sonhar, agora só desespero. O corpo está gélido e as mãos tremulas. Que estranha sensação que já me entranha. Tantas vezes a senti e nunca com esta intensidade. Droguei-me do teu olhar, como se de cocaína da felicidade se tratasse, e era mesmo. E é mesmo. É uma tempestade num copo de shot, é um terramoto numa areia, é cruel mesmo assim. É frio e infeliz. Ontem não tanto por mim, hoje por nós. Não me sentia assim desde que...eu nunca me tinha sentido assim.

Assolei o pensamento com inúmeras tentativas de relativizar a importância desta nova sensação, é só uma canção triste que chora ao coração. É só um dia de chuva. Os segundos vão-se acumulando, são como alteres nas costas, estou a suportar com o mundo todo, estou a sofrer o triplo do que jamais alguém sofreu algum dia, estou no limiar mais degradante da infelicidade ou então estou só a exagerar.

Amanhã será um novo dia, mas um em que o sol tem presença certa. Seja ela mais ou menos tímida. Amanhã será um dia feliz. Amanhã será um dia de confiança. Amanhã será o dia em que tudo será perfeito, amanhã é um dia sem amarguras. Por isso quero dormir, preciso mais do que de respirar.

Rompe-se o peito com uma certeza, és tu. Eu sei, já sabes. Nem que eu quisesse esconder. Rugem o teu nome aqueles imperiosos reis. As nuvens têm a forma do teu rosto e as minhas linhas escrevem o teu nome.

Esta angustia de sofrer e não saber de quê. Não consigo nem apontar onde e o quê é que me doi. Doi-me tudo sem sentir dor. Doi-me tudo e não sei como, só porquê. Sei e não concordo. Sei que não é motivo. Não sei nada, ou sei muito pouco. Cada vez sei menos. Agora já só sei que te amo, mais uma vez. Mais vezes que amanhas. Estes todos, desde o inicio dos tempos.

Ensina-me tudo, prova-me que afinal sempre soube. Eu não duvido de ti, duvido da minha capacidade de te cativar. Sinceramente, nem sei como foi. Não sei porquê, nem com o quê. A este paragrafo já sou mais feliz que toda a gente, já passo por cima de todos para te alcançar. Já luto contra o mundo, já te tenho comigo. E espero sempre ter, promete-me que sempre terei.

Desculpa o desespero, mas tudo se torna claro agora. Continuo a precisar de ti para viver, só agora me apercebi que te respiro mesmo quando não estás. As nuvens afastaram-se para eu ver os teus olhos e a brisa que corre é um suspiro teu ansiando pelo mesmo.

249300

Passei eu sem ti e vejo continuação. Tudo depende da perspectiva, podemos reduzir a 3, mas para mim foram mesmo 249300...e agora já 249301. Não que o desespero seja cego, mas é consciente da desculpas que pode arranjar. A ausência que é quase irrelevante torna-se quase insuportável pelas condições que entretanto se foram afigurando. E agora? Não tanto o presente, mas o futuro tem uma certeza, o desespero. Suportável por outros suportes, uns mais sólidos e seguros, mas ainda assim exasperante. Na construção de uma casa, o que a vai segurar para sempre serão os alicerces, quanto mais frágeis estes forem menos o para sempre desta casa vai durar, se os alicerces desta casa forem tão fortes como o que eu sonho e sinto, o para sempre dela será mais longo que o para sempre da humanidade. De qualquer forma, deves estar a chegar.

setecentos anos.

Amanhã talvez não chegue mas aproveitamos o hoje ao máximo, foi um dia banal em que o sol nasce para te ver e vai-se embora para te voltar.

Mas já se sabe como ele pensa, são só umas horas. Assim o parece quando ainda são só minutos, depois assemelham-se mais e meses, anos, eternidades.

Ontem ainda aqui estivemos, esse ontem que já foi há mais de 15 dias. De ontem para hoje tantos amanhãs mudaram.

Também pensamos que nunca mais seria e agora sabemos que nunca mais vai deixar de ser. Mas agora com aquela certeza que até setecentos anos é pouco tempo para tanto que temos para viver.

Eu, que agora sei que sempre soube, que sinto aquela força de te ter a meu lado, que levo para todo o lado um peito cheio de ti prometo que não acaba mais, prometo que aquele por do sol vai durar para sempre, prometo que jamais te vou ignorar ou tentar odiar.

Já sei também que agora sentes o mesmo. Ou que então sempre sentiste mas só agora notaste. Também sei que sinto o mesmo ou ainda superior.

Uma vez nós, para sempre nós.

Não deixei que fosse em vão o tormento provocado pela tua religião, nem sei como esses desprovidos de amanhã conseguem afectar tão solenemente tanta fiel alma.

O que eu penso é diferente do que eu digo, o que digo é diferente do que eu faço, o que eu faço é diferente do que o que eu devia fazer e tudo isto é diferente do que eu sinto. A força do meu eu será sempre inferior à do resto do mundo, quanto mais não seja por questões matemáticas.

Algarismos flutuantes como pedras cintilantes, tudo se torna claro ao anoitecer, tudo menos a luz. A luz que enraivece a vista, enraivece de sobre maneira que a torna nublada e embaciada, que efeito este nos provoca quem nos deveria fazer ver melhor. Se calhar é tudo ilusão, se calhar a luz é um artificie simulatório que muda o mundo em segundos, se não porquê estes mesmos de adaptação a algo tão natural? Naturalmente que não será assim tão linear. Afinal a perfeição não está na luz...sempre tinham razão aqueles que insistiam que na escuridão está a felicidade? Foi há tantos séculos que me custa a querer, tão primitiva beleza de viver aquele em que a ignorância era poder.

Se calhar prefiro mesmo apagar as luzes para começar a ver. É reconfortante ver tudo como quero e não como me obrigam. A mim e a todos, pelos visto. Esses artistas pictóricos que nos pintam à imagem do que nos rodeia.

E há quem viva os mesmos capitulos.

Balla - Construí uma mentira

Não é algo que sonhe.
Tive-te quando mais queria
Ficaste enquanto quisemos
E partiste quando quiseste

Não era fundamental
Partilhar mais do que nós
Quando te tive temi que me quisesses
E quis-te muito forte quando partiste

Talvez volte a ter-te
Alterarei o que escrevi
Não que a história mude,
Essa repetir-se-á

Sinto que só assim
Com mais uma vez
Terei um ponto final

Não, não pensei que tinhas algo a esconder
Pareceu-me tão claro o que nos estava a acontecer
Se o que trocámos não conta, eu não quero viver
Construí uma mentira que me está a corromper.




letra: Armando Teixeira

Próximo Capitulo?

Eles estão sempre a mudar, por vezes mais rápido outras mais vagaroso. Por vezes mais intenso outras vezes mais estático.

Independentemente do que se passou no capítulo anterior é normal que não mudem as personagens principais, podem se acrescentar algumas e até perder outras, desde que secundárias. As principais mantêm-se sempre...podem é tornar-se noutra coisa aos olhos da história. Muitas vezes passam de bestial a besta, não raras também as que fazem o percurso inverso. Podem ir perdendo valor ao longo dos vários capítulos até que chegam ao fim quase insignificantes mas quem marca não se perde.

Quem lê o livro nunca sente exactamente o que sentiu o autor na hora em que o escreveu, quem está de fora terá certamente uma visão muito mais racional. As personagens realmente boas são as que nos emocionam mesmo ao analisar de fora, seja pela negativa ou pela positiva. Alias, sempre se deu muito valor ao certo e ao errado mas ainda mais ao extremo de cada um.

Depois há aquelas personagens que vão da penumbra à luz num ápice quase tão veloz como o seu regresso. Dessas fica sempre a sensação, mas não a história. E ainda há os figurantes, escondidos por detrás das linhas e dos parágrafos de cada página.

A principal das principais personagens será sempre na 1ª pessoa, quase inevitavelmente. Essa vai-se escrevendo como pode e deixa o que não pode para que alguém escreva. Se chegarmos ao fim com algo bonito escrito podemos nos considerar realizados. Vamos deixando que nos completem as frases ou até que escrevam parágrafos de raiz com base na confiança, porém há os que escrevem muito bem mas com muito más intenções... Iludem com a beleza da pontuação acertada mas por fim desencantam com uma história de desamores e traições. E destas nunca ninguém gosta, pelo menos na 1ª pessoa.

Até aos últimos suspiros o final torna-se sempre imprevisível...é um livro sem contagem de páginas que teimam em nunca terminar nem como nem quando deve.

Quando o vácuo

Naquele dia disseste que sim, disseste tudo sem mover os lábios, fizeste com que o meu mundo fosse finalmente o lugar em que eu quero viver com o simples olhar.

Naquele dia passaste por tudo, passamos pelos mais baluartes sentimentos. Fizeste com que todas as más sensações fossem com a brisa ter ao mar. Fizeste com que tudo que é salutar estacionasse no teu divino ser.

Eu não diria tanto não fosse a fiel confirmação do brilho dos teus olhos, aquela magnificência do deixar de pensar, deixar de existir e começar a flutuar…contra o vento e em direcção ao mar.

É do vento, disse eu. Mas elas jorravam, jorravam por ti, por tudo o que representas e por tudo o que me fazes representar, sem representar embora te insistas em assim apresentar.

o Eng. José Sócrates é um génio.

O Sr. Eng. José Sócrates é um génio. E passo a explicar o porquê da minha, à partida, descabida e insensata afirmação.

A lei de proibição de fumar em locais públicos foi criada e incrementada no nosso país como forma de aumentar os índices de natalidade! Por esta altura do texto vocês questionam-se acerca da minha sanidade, pondo inclusive a hipótese de eu estar a sofrer dum grave estado febril que me está a confundir as ideias. Pois não, meus caros. A minha sanidade está onde sempre esteve, longe. E a temperatura do meu corpo deve rondar os normalíssimos 38ºC.

Mas, e sem mais demoras eu passo a explicar. E com um exemplo prático muito simples. As pessoas estão todas no emprego, a fazerem o que têm para fazer e, ao Manel "dá-lhe o vicio". Pois bem, ele levanta-se e puxa do maço de tabaco. A Catarina, fumadora compulsiva desde os 19 anos de idade não resiste. Levanta-se e vai atrás do Manel para matar o vicio também. O Manel repara e, num gesto de simpatia, prende o elevador até a Catarina chegar. A conversa aí será inevitavelmente a insultar quem teve a infeliz ideia de proibir o tabaco em locais fechados e coisa e tal, pelo menos nestes primeiros tempos.

Chegando finalmente a uma zona aberta, começam a fumar. Como pessoas adultas tentam desenvolver uma boa conversa naqueles 5 minutos dedicados ao tabaco, pelo menos aparentemente. Isto ao fim de umas semanas resulta numa relação de cumplicidade e confiança entre os Maneis e Catarinas companheiros de tabaco todos que há por esse mundo... Esta relação vai aproximando os fumadores e, quando nem dão por isso está o Manel a saltar em cima da Catarina... à força toda e sem qualquer protecção, pois já confiam cegamente naquele companheiro até então escondido entre o fumo que pairava diariamente sobre as secretárias. Está feito um relacionamento, o possível reforço de inverno que chegará daí a 9 meses só virá dar certezas à relação.

Por isso eu digo, foi um golpe de génio do nosso bem amado e Engenheiro de formação 1º Ministro! Matando assim dois coelhos numa cajadada só. Protegendo a saude de todos e aumentando a taxa de natalidade de país, que afinal as crianças serão o nosso futuro!


PS: Hoje comprei um maço de SG Gigante.

PPS: Mãe, estou a brincar.

Vol. II

...Se calhar nem quero que esperes, queremos que avance. Se eu não avançar tu não recuas, queremos talvez estagnar. Pudera outrora dar-te tudo a toda a hora, ainda no outro dia passamos minutos a contar segundos para estarmos juntos, mas isso já foi há mais de um ano. Mas é, novamente, o que baste. A figura de proa de uma bela senhora a encobrir um punhado de bastardos já deu o que tinha a dar.

Isto é uma antiguidade.

Vagueio a alma, dou descanso ao cérebro. O que é certo é que não consigo evitar querer, tão fortemente como não consigo saber se quero. A alma não é pequena, mas valerá a pena? A retórica, tal como o amor, acaba inconclusivo. Não há formula nem diagnósticos. Há saberes não sabendo, há feitos e conquistas no mostruário da vida, pois os feitos são para feitos e não imaginados, imagine-se lá. Basta-me daqueles que lhes baste o que basta e não augurem o bastante. Chega da hipocrisia insaciável do querer mais fazendo por ter menos…mas, ao mesmo tempo, também chega de sofrer com as maléficas garras da ambição, chega do não em vez do sim. Chega de espera, vou fazer esperar, será que tu esperas? Espero que sim…


(Por acaso até acho que tem potêncial para continuar, mas se calhar era forçar um bocado)

LOL

Eu não sei se sabem mas eu sou uma espécie de Deus, e devo ser adorado como tal.

Está a dar o reclame da tmn, ele foi triplicar o saldo da tia dele a Marrocos. Não percebo muito bem o anuncio nem lhe acho grande piada.

Vamos gozar com a Maddie? Essa rebelde que anda por ai a fazer uma volta à Europa de balão com o Dino. A maior fornecedora do humor negro português de todos os tempos. A miúda não tem culpa de os pais dela serem umas bestas publicitárias. Parecem palhaços de circo. Tão mais preocupados em aparecer na Tv do que em encontrar a miúda. Boa estratégia de encobrimento de crimes.

Ou então podemos falar do novo aeroporto de Alcochete...Mas isso também não é nada original. Já os tinha chamado de OTArios. ALCOCHETarios não tem piada nenhuma, mas são umas bestas na mesma.

Podemos falar na minha falta de sensibilidade para com o cidadão comum. É verdade, I don't give a shit. Tal como muita gente, mas eu não me dou ao trabalho de me fingir importado. Se calhar sou só mais preguiçoso.

Ou então podemos nos questionar sobre onde fica a Velha Zelandia.

O porquê de a lasagna do Jumbo não ter carne entre a massa. Ou elaborar detalhados planos para dominar o mundo. Começamos por fazer uma aliança com o terrorismo e derrotar a América. Daí a Europa, Japão e finalizamos em grande com um grandioso golpe de judas de dentro para fora para acabar com os terroristas. No fim até era herói. Mega-Herói, Giga-Herói, Tera-Herói. E Rei também. Aproveitava e declarava o mundo uma enorme ditadura sobre a minha alçada. Eu tenho um Ego enorme, peço desculpa.

Eu não tenho jeito para a escrita

Eu podia dominar o mundo, eu podia ter tudo o que toda a gente quer, eu podia ser o rei dos reis, eu podia conquistar a América, eu podia apanhar o Bin Laden, eu podia encontrar a Maddie, eu podia ganhar um nóbel, eu podia ganhar um Óscar ou um grammy, eu podia ser do jet7, eu podia ser o novo Maradona, eu podia ter todos os poderes e mais alguns, eu podia ser Deus, eu podia voar, eu podia ter qualquer mulher em qualquer lugar, eu podia ser qualquer um, eu podia fazer qualquer coisa....Mas só sonho contigo.

nem eu sei

Eram mais que muitos mas foram efémeros. Trovadores mais retrácteis que vendedores de bíblias, poetas mórbidos e romancistas frios. Eles vinham aos milhares, quiçá milhões. Todos os temiam, ninguém os detinha… Todos os calafrios em gemidos mil, em rugidos zero. Todos tinham medo, duma a outra parte, dum ao outro lado. Todos soluçavam pelos que para trás ficavam, insensíveis ou insensatos. Esmiuçavam aquelas gentes que nada tinham a perder a não ser a história do que outrora haviam tido. Ora por um lado, ora por outro. Ora com o poder, ora com a falsa diplomacia. Eles vinham de vencer para vencer. Eles vinham para conquistar e ameaçar continuar. Até que nada os conseguisse realmente aquietar. Eram das terras das cores infinitas e dos desejos mil, daquelas fantásticas obras de arte afiguradas em mil cadáveres. Eram quem mais tinha contribuído para o mal-estar populacional e mesmo assim quem menos estava saciado de sangue. Autênticos vampiros sanguinários, aqueles dóceis homens e mulheres, daquela doce e curiosa terra.

Sim.

Já jaz o dia mas foi mútuo, crescemos e atingimos o céu, juntos. Foi lindo, sentimos e agimos em sintonia. Afinal é como dizias, não o fui mas senti-me, senti-te, sentimo-nos. Fui completamente eu pela primeira vez… embora tu já viesses a encher esse depósito desde aquele sorriso. Aquele que nem me lembro quando nem porquê, apenas o que ele fomentou.

Omertà para quê? Senti-me herói, senti-me capitão de mais de mil tropas, senti-me pirata dos 5 oceanos, senti-me superior ao mundo, senti-me superior ao que sou. Fizeste-me transcender-me com a tua transcendência. Iluminaste-me com o teu brilho naquela noite escura, aquela que poderia ter sido igual a tantas outras, mas não. Foi algo mais, foi mais…perfeita.

Ah se sorrias, e não precisavas de fazer mais nada, já isso era demais, petrificava-me e excitava-me no mesmo segundo, no mesmo instante. Consegui finalmente aquele aglomerado de sentimentos que nos faz sentir um vórtice a sair de dentro para fora, de nós para o mundo, de mim para ti. Um simples e honesto momento de felicidade, pura e dura, sem complexos.

Não me arderia a alma se tivesse que escolher aquele momento como eterno. Não que não espere que mais e melhores se sigam, mas porque a magnitude atingida será de certa forma inalcançável. Pelo menos enquanto humanos. Não que piore mas que diferencie, não que desgoste, alias não que nada. Não vou começar a racionalizar agora.

Agora sim, quero ter um amanhã, quero ser o teu amanhã.