Não, não é cansaço...

É vazio. Sonhei contigo e acordei, desilusão de não te ver e continuar a sonhar. Cada vez mais agoniante, pior que uma ressaca esta ausência de emoção. Peguei no telefone e pousei vezes sem conta, sem novidades. Sonhei que adormeci para sonhar contigo mas continuava acordado. Dei voltas na cama e acordei do pesadelo de estar acordado. Mas continuei sem dormir e agora sem sonhar, agora só desespero. O corpo está gélido e as mãos tremulas. Que estranha sensação que já me entranha. Tantas vezes a senti e nunca com esta intensidade. Droguei-me do teu olhar, como se de cocaína da felicidade se tratasse, e era mesmo. E é mesmo. É uma tempestade num copo de shot, é um terramoto numa areia, é cruel mesmo assim. É frio e infeliz. Ontem não tanto por mim, hoje por nós. Não me sentia assim desde que...eu nunca me tinha sentido assim.

Assolei o pensamento com inúmeras tentativas de relativizar a importância desta nova sensação, é só uma canção triste que chora ao coração. É só um dia de chuva. Os segundos vão-se acumulando, são como alteres nas costas, estou a suportar com o mundo todo, estou a sofrer o triplo do que jamais alguém sofreu algum dia, estou no limiar mais degradante da infelicidade ou então estou só a exagerar.

Amanhã será um novo dia, mas um em que o sol tem presença certa. Seja ela mais ou menos tímida. Amanhã será um dia feliz. Amanhã será um dia de confiança. Amanhã será o dia em que tudo será perfeito, amanhã é um dia sem amarguras. Por isso quero dormir, preciso mais do que de respirar.

Rompe-se o peito com uma certeza, és tu. Eu sei, já sabes. Nem que eu quisesse esconder. Rugem o teu nome aqueles imperiosos reis. As nuvens têm a forma do teu rosto e as minhas linhas escrevem o teu nome.

Esta angustia de sofrer e não saber de quê. Não consigo nem apontar onde e o quê é que me doi. Doi-me tudo sem sentir dor. Doi-me tudo e não sei como, só porquê. Sei e não concordo. Sei que não é motivo. Não sei nada, ou sei muito pouco. Cada vez sei menos. Agora já só sei que te amo, mais uma vez. Mais vezes que amanhas. Estes todos, desde o inicio dos tempos.

Ensina-me tudo, prova-me que afinal sempre soube. Eu não duvido de ti, duvido da minha capacidade de te cativar. Sinceramente, nem sei como foi. Não sei porquê, nem com o quê. A este paragrafo já sou mais feliz que toda a gente, já passo por cima de todos para te alcançar. Já luto contra o mundo, já te tenho comigo. E espero sempre ter, promete-me que sempre terei.

Desculpa o desespero, mas tudo se torna claro agora. Continuo a precisar de ti para viver, só agora me apercebi que te respiro mesmo quando não estás. As nuvens afastaram-se para eu ver os teus olhos e a brisa que corre é um suspiro teu ansiando pelo mesmo.

1 comentários:

  Anónimo

março 23, 2008 6:13 da tarde

benhe ... tenho 1 maninho poeta e nao sabia !!! OMGOD !!!
Q PROFUNDO ISTO SIM... É CATIVANTE DE LER ... !
<3 YOUR SISTER