Assassino, eles diziam.

Ele não era má pessoa, os problemas em criança ajudaram, os conceitos de beleza da sociedade, a falta de amor dos pais e os colegas a chamarem-no de aberração, tudo isto contribuía, nada disto desculpava. Era um dia lindo, daqueles que ele detestava, o dia em que ele decidiu começar a sua criação. Era doente, sim. Mas não era má pessoa, eu repito. ou talvez fosse, depois do que fez. Mas até era só uma vitima desta sociedade. Tinha nascido um monstro, os anos não o ajudaram, só aquela mascara que o escondia.
A miúda, ou as, também não eram más pessoas. Tiverem foi um problema fatal, serem bonitas de mais. Ele teve um sonho, foi daí que tudo nasceu, o monstro sonha a chacina nasce. Ela viu aquele rosto, aquele corpo, aquela pele, era perfeito, tudo era perfeito. Portanto tudo o que ele fez, fez apenas porque um valor mais alto se alevantou. Tudo valia a pena, em troca da perfeição que só ele via. Escusado será dizer que ele era inteligente, ou pelo menos culto, tantos anos consigo mesmo na escuridão daquela cave, cheia de livros antigos e filmes românticos. Cresceu no meio daquelas histórias perfeitas, com aquelas figuras imaculadas, só para lhe lembrarem que ele nunca seria isso, pensavam eles. Todos eles, os professores nem o queriam nas aulas, assustava os outros meninos. Aprendeu por si mesmo, sem influencias, sem orientações.

Eu condeno-o, mas eu também estou corrompido pela mesma sociedade, penso eu. Todos o condenavam, mas por baixo disso, alguns o percebiam. Quem não sonha com esse ser perfeito, ele sonhou e encontrou-o. Os nossos sonhos tem que vir dalgum lado.

Ele tratava-as bem, até ao momento em que as cortava, a seguir chorava, odiava-se, recompunha-se e punha-se ao trabalho. Eram apenas partes, parte que choravam e pediam misericórdia, mas partes. Partes de um todo que não tinham lá nascido, estavam espalhadas pelo mundo, o criador, seja lá esse quem for, deve ter pensado que este mundo não merecia perfeição, ele pensou diferente e criou.

Continua...rá?

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