Pensamos e gostamos que nos dêem sempre o que queremos, o nosso cérebro ainda não chegou a um estado tal que nos permita inferir acerca do que os outros nos querem dar.
É, de facto, tão simples quanto isso. A esmagadora maioria das divergências humanas está entre o que uns querem dar e outros receber. Não é fácil perceber qual o ponto que os outros estabelecem como limite do razoável, até porque é sempre, em muito divergente ao nosso. O que para nós é perfeitamente plausível para outros pode ser um bicho-de-sete-cabeças, e o que nós assumimos como mais certo nem sempre condiz que o correcto de outrem.
Somos similares, em várias coisas. Discrepantes em muitas mais. Mas a essência acaba por ser congénere, mesmo assim somos uma verdadeira caixa de Pandora fechada a mais que sete chaves.
Queremos sempre algo de alguém (algo teu), mas raramente temos algo em conjunto, apenas pequenos momentos que se tornam eternos. O algo nosso é um pouco mais ortodoxo, necessita de uma clara sintonia de valores e de vontades, muito rara mas igualmente bonita e imensa. Alias, todos os momentos de sacrifício por um algo teu valem por um só de algo nosso… Os sentimentos partilhados e compartilhados são a efectivação perfaz do ser, somos apenas pessoas em potência até sentir algo assim. Confio que acaba sempre por acontecer, por vezes de forma estranha e quase despercebida, mas se calhar vivo num mundo de fantasia.
Num mundo perfeito saberíamos exactamente o que queremos dar e receber, assim como o que cada quer nos dar. Mas que se lixe o mundo perfeito, tem tanto de utópico como de aborrecido, adoro assimetrias e desconexões. Aqueles momentos únicos são tão estupendos exactamente por serem únicos, se forem comuns deixam der únicos…talvez deixem mesmo de ser momentos passem a ser só mais um passo rumo ao fim, talvez atinjam a banalidade do lavar a cara de manhã, como se sentiriam se as vossas maiores emoções se resumissem àquilo que fazem diariamente? Talvez meio débeis, talvez meio imóveis, talvez meio…mortos?
Aproveito para dizer que este texto tem dois sentidos. Um implícito e outro altamente metafórico. Fiquem-se pelo implícito porque o metafórico e daqueles momentos que só se enquadram mesmo no algo meu…e apenas meu.
12 comentários:
dezembro 16, 2007 8:36 da tarde
isto (post + comentario) mostra a relevância do msn e d ir espreitando as mensagens pessoais da gente.
passando o prefacio, o texto em si é claramente a perspectiva mais racional ... fossemos nós seres racionais, e o nosso cérebro era-nos desnecessário.
algo meu, algo teu, algo nosso, qd eventualmente, o q nos liga é algo q n é de ninguém, é uma experiência universal q nunca poderemos transpor para palavras...
gostei mt do texto. ja tinha pensado sobre isto. e pluto realmente inspira :P
dezembro 16, 2007 8:42 da tarde
pah, gostei do k escrevest... talvez concordo com várias coisas k dizes.
axo k uma das grandes kestoes durante toda a nossa vida e se esses momentos do algo nosso existem.. e um dos grandes problemas e k na maioria das vezes esses momentos existem mas n lhes damos o devido valor.. por vezes ate nos passam completamente ao lado, daí pensarmos k eles sao inxistentes ao longo da nossa vida...
enfim, este assunto digamos k me deprime um bocado por iss acabo ja por aki!!
continua pah! tens futuro!
ahahahaahhahahaaahhahahahahahhahah
dezembro 16, 2007 8:49 da tarde
Apenas precisámos do cérebro para as coisas banais, o resto é deixar-nos levar, os sentimentos tratam do resto. O ideal seria nem usarmos o cérebro,ou seja, nunca precisar-mos das coisas banais mas...mas...mas provavelmente ninguém acredita nisto, nem mesmo eu.
@ sara, tás cá dentro <3
dezembro 16, 2007 9:34 da tarde
ahahaha ... se n houvesse o cérebro, n poderiamos disfrutar nao so das coisas banais, mas tb das mais profundas e complexas :P
a mente humana é demasiado complexa, mas ainda bem... em ultima análise, sem cérebro, n poderiamos sentir :P
acho q acaba por ser "maior do que nós", lá está, n nos cabe tentar entender :)
dezembro 17, 2007 6:50 da tarde
"como se sentiriam se as vossas maiores emoções se resumissem àquilo que fazem diariamente? Talvez meio débeis, talvez meio imóveis, talvez meio…mortos?"
em sintonia :)
(afinal para além do jeito jornalístico tb tens jeito de poeta :P)
dezembro 17, 2007 9:50 da tarde
qeria fazer um comentario 'digno' daqilo q escreves, mas caga, é dificil :b
começo a achar q tens mm jeitinho pa isto, sabias? ^^
e 'que se lixe o mundo perfeito, tem tanto de utópico como de aborrecido, adoro assimetrias e desconexões.'
epah, ALGO TEU q fascina ;)
dezembro 17, 2007 9:52 da tarde
P.S.: vou casar com o Hugh Laurie ;)
dezembro 19, 2007 11:41 da manhã
k bonito...
dezembro 19, 2007 11:41 da manhã
k bonito...
dezembro 19, 2007 11:42 da manhã
k bonito...
dezembro 21, 2007 9:57 da tarde
o ALGO TEU q ofereces aqui é mt mais do q eu tava à spera d encontrar...espero, um dia, ter algo minimamente bom para te oferecer em troca;)
"Mas que se lixe o mundo perfeito, tem tanto de utópico como de aborrecido, adoro assimetrias e desconexões."...ouso dizer q m soou a Fernando Pessoa;) amei;)
janeiro 03, 2009 10:33 da tarde
"É só o nada a bater-nos à porta
E a mim importa-me que estejas a meu lado
Enquanto o medo vai dançando à nossa volta
É só uma imagem que sonhámos doce imagem
Nada que um dia após o outro reproduza
Mas meu amor estaremos sempre de passagem
Esquece o que eles dizem sobre um grande amor
Quem podia mais querer-te como eu
Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu"
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