"Eu gostava de escolher com o que vou sonhar"

Também eu. E de depois não acordar, ou então acordar só quando isso fosse realidade, quando fosses realmente acima de tudo o resto e o pudesse mostrar ao mundo. Quando o grito mudo ganhasse voz, quando a censura se acabasse ou então quando fôssemos, simplesmente fôssemos.

Teria medo, medo de não mais querer acordar. Medo de não mais ser infeliz ou miserável, medo de saber tudo o que queria e de controlar tudo até ao mais ínfimo detalhe. No fundo, medo de ser perfeito. Mas se tu és, talvez seja tão bom como o teu sorriso anuncia.

Tomara que lhe conseguisse resistir. Por vezes minto, afirmo não ser quando sou. Sou sempre, por vezes mesmo quando não desejo. Tu és? Espero que sim. Seremos então. Seremos para sempre se assim o soubermos.

Tolhidos na amargura das diferenças, e depois? Se eu chegar ao fim e notar que sou o oposto o máximo que poderia acontecer seria eu deixar de gostar de mim, ou então, gostar de ambos de maneiras diferentes. Tão diferentes …

Tombos e tareias. Pombos e Sereias. Chuva e sol. Árduo mas mole. Sempre que te encontro nos meus sonhos, acidentalmente ou não, todo o tipo de sensações me assolam, me confortam. Esteja eu dormir ou não.

BOM NATAL A TODOS!


=)

Algo teu

Pensamos e gostamos que nos dêem sempre o que queremos, o nosso cérebro ainda não chegou a um estado tal que nos permita inferir acerca do que os outros nos querem dar.

É, de facto, tão simples quanto isso. A esmagadora maioria das divergências humanas está entre o que uns querem dar e outros receber. Não é fácil perceber qual o ponto que os outros estabelecem como limite do razoável, até porque é sempre, em muito divergente ao nosso. O que para nós é perfeitamente plausível para outros pode ser um bicho-de-sete-cabeças, e o que nós assumimos como mais certo nem sempre condiz que o correcto de outrem.

Somos similares, em várias coisas. Discrepantes em muitas mais. Mas a essência acaba por ser congénere, mesmo assim somos uma verdadeira caixa de Pandora fechada a mais que sete chaves.

Queremos sempre algo de alguém (algo teu), mas raramente temos algo em conjunto, apenas pequenos momentos que se tornam eternos. O algo nosso é um pouco mais ortodoxo, necessita de uma clara sintonia de valores e de vontades, muito rara mas igualmente bonita e imensa. Alias, todos os momentos de sacrifício por um algo teu valem por um só de algo nosso… Os sentimentos partilhados e compartilhados são a efectivação perfaz do ser, somos apenas pessoas em potência até sentir algo assim. Confio que acaba sempre por acontecer, por vezes de forma estranha e quase despercebida, mas se calhar vivo num mundo de fantasia.

Num mundo perfeito saberíamos exactamente o que queremos dar e receber, assim como o que cada quer nos dar. Mas que se lixe o mundo perfeito, tem tanto de utópico como de aborrecido, adoro assimetrias e desconexões. Aqueles momentos únicos são tão estupendos exactamente por serem únicos, se forem comuns deixam der únicos…talvez deixem mesmo de ser momentos passem a ser só mais um passo rumo ao fim, talvez atinjam a banalidade do lavar a cara de manhã, como se sentiriam se as vossas maiores emoções se resumissem àquilo que fazem diariamente? Talvez meio débeis, talvez meio imóveis, talvez meio…mortos?

Aproveito para dizer que este texto tem dois sentidos. Um implícito e outro altamente metafórico. Fiquem-se pelo implícito porque o metafórico e daqueles momentos que só se enquadram mesmo no algo meu…e apenas meu.

séries

Cada vez mais em voga, as séries televisivas fazem parte do quotidiano de qualquer jovem que se preze. Uns mais viciados outros menos, mas quase todos apreciam a beleza de uma série (normalmente americana), quanto mais não seja quando passa nos canais portugueses.

Eu não fujo à regra, acompanho semanalmente (à velocidade da tv americana) Dr.House, Prison Break, Dexter, Heroes e Family Guy. Outras vou acompanhando na tv portuguesa de vez em quando (Jericho, Lost, American Dad, Simpsons...) e já não me vejo sem elas...mas pelos visto estou mesmo a passar por isso...maldita greve.

Há, como é obvio, algumas que não aprecio. Betty Feia está muito perto duma novela da TVI, Entre Vidas anda ali a roçar o ridículo e CSI...CSI é giro mas falta ali qualquer coisita.

Dr.House dispensa apresentações, é de longe a minha favorita, Hugh Laurie é genial, e é o ideal para o papel. Dexter acabou recentemente...está prometida uma 3ª temporada (felizmente), e é genialmente mórbida. A greve estragou aquilo que estava a ser um dos melhores inícios de temporada que já assisti, falo de Heroes, que se precipitou o fim da temporada ao 11º episódio. De Prison Break já ando com saudades e Family Guy é o humor mais genial que existe, na minha humilde opinião, então a personagem do Stewi é formidável.

Têm-me aconselhado algumas séries para ver, agora neste interregno das minhas preferidas, mas tenho-me contido, estão ai os exames e se começo a ver alguma...só paro quando não me faltar nenhum episódio...


É sábado à noite e estou em casa, finalmente trouxe a mota para o Porto, os meus pupilos (Escolas do Sandinenses) portaram-se lindamente contra as Escolas do FCP, tendo inclusive goleado (8-1) numa excelente exibição do colectivo. Foi um dia quase tão bom como outra noite.

Agora, que já não é dantes

A vida mudou. Entrei na faculdade de Letras da Universidade do Porto, em Ciência da Informação. Vivo no Porto, cidade que sempre venerei. Eu mudei ou cresci...e continuo a crescer ou a mudar.

Mas mais importante de tudo é que fiz novos conhecimentos. Já andava a precisar, pessoas diferentes, umas melhores outras piores, umas que já marcaram, outras que vão marcar e ainda as que já ignoro e hei-de continuar a ignorar. Conhecerei eventualmente e inevitavelmente mais pessoas ao longo do curso.

E ainda mais importante é que conheci pessoas com capacidade de um dia me fazerem quase baloiçar na minha filosofia de vida, caso se esforcem ou se interessem por isso. Porque eu sei que não sou perfeito, embora por vezes me deixe iludir pelo meu super-ego, mas ainda consigo ser mais inteligente que ele. Tenho plena consciência que só tenho a evoluir com a idade e com os outros, não que eles sejam melhores, mas porque também cometem erros e eu posso assim aprender com os erros dos outros, além dos meus. (Não quero com isto dizer que não hajam pessoas melhores do que eu, mas não é por isso que eu vou aprender com elas).

Tenho vindo a descobrir também que aprendo quase todos os dias, só não aprendo nos que passo a dormir.

No fundo as outras pessoas são várias portas e nós escolhemos em qual entrar. São tudo meras influencias e lições pelas quais acabamos por soltar algum tipo de sentimento. E, como é óbvio, quantas mais postas tivermos...mais temos que optar...e menos probabilidade temos de entrar na porta certa mas, ao mesmo tempo, mais probabilidade temos de a porta certa estar realmente à nossa mercê.

Espero que isto conte como estudo para Técnicas da Expressão e da Comunicação.

Outro que não foi feito para estar aqui mas também veio cá parar.

Essa incompatibilidade de que falas, que tanto me consome, e pelos errados motivos não é mais do que pura obsessão. Eu não quero o que tu queres, tu não sentes o que eu sinto, sejamos perfeitos. Eu já não tenho mais nada para dar, nem tão pouco razão para sair, talvez tão pouca como para ficar a não ser aquele simples almejo de contacto, de um respirar teu sobre algo de mim. Razão que baste, dizer-se-ia outrora, razão idiota, nos tempos que correm, razão de quem não tem vida, razão de quem procura refúgios. Têm razão, assim como eu, mesmo pensando o oposto, e quase que aposto que tu também. Os tais errados motivos que me consomem, são tão errados que me consomem de errado jeito, consomem-me de esperança, essa maléfica inimiga das atitudes correctas. Ou correctamente erradas, como é óbvio, o certo já há muito está equivocado, anda perdido algures nas acções não feitas, nas felicidades não almejadas, nas alegrias não conquistadas. Todos se dão bem em perfeita sintonia, esta também há muito imperfeita. Por isso que os odiamos, falando no plural, odiamos pessoas, todos nós. Odiamos porque somos iguais, no fundo é só até perceber que nos odiamos a nós mesmos, até porque seria tarefa bem mais árdua, o cinismo interior. Poder-se-á afirmar então estarmos em imperfeita desconexão, sendo que a única partilha é sermos tão distintos, únicos.

Regresso...

Para já com algumas coisas que tenho vindo a escrever em "segredo", depois logo se verá. O estilo é completamente diferente.


O meu mal foi ter te posto num lugar onde nenhum ser humano poderá
almejar, um imenso pedestal, ao qual nem Adamastor conseguiria chegar, para
sequer te arranhar os calcanhares. Um passado proceloso, vivendo o
sofrimento da agonia, no fundo causada pela melancolia de alguma coisa
ainda não muito bem definida, mas já perceptível ao ponto de ser sofrível
ao ponto de nos fazer felizes inconsequentemente, mas, apesar de tudo
num tempo passado, e como qualquer outro, vivendo na busca dum futuro mais aprazível,
ou pelo menos com uma certa decência.
Por fim foi encontrado, na irreverência inocente do teu olhar, e na firme insegurança do teu passo, que por muito que moleste, é agradável, e por muito que nos fira, o sangue
derramado acaba por ser a nossa cura. Toda uma panóplia de contradições,
imperfeições, ideias inexplicáveis, causadas por sentimentos, todos eles
incontestáveis, contudo incompatíveis e por isso mesmo infundados na
verosimilhança da correspondência.