Não sei de que é feito o mundo, não sei porque foi feito o mundo mas sei não terá sido construído por derrotas. Não sou de religiões, mas se criasse uma quem iria parar ao inferno seriam os perdedores. Pior ainda, os perdedores que se acomodam.
Outro dia estava ler no jornal acerca dum jovem rapaz que se tentou suicidar, falhou. Até no acto final falhou...e depois não tentou mais...tentou uma vez, falhou, desistiu. Se calhar foi por esse tipo de atitude que ele se quis suicidar no primeiro lugar. Eu sei que se eu algum dia me quisesse suicidar eu iria conseguir, e prometo desde já. Eu tomava uma caixa de pastilhas, atirava-me dum 25º andar e a meio da queda dava um tiro na cabeça. Mas de qualquer modo eu não vejo qualquer uma situação que me fizesse querer acabar com a minha vida, talvez seja aqui que entra a parte positiva do meu anti~devotismo afora mencionado. Porque ao contrario de vocês que podem ou não ser religiosos, eu não acredito que isto seja tipo Super-Mário, que morremos uma vez, mas como tínhamos cogumelo vivemos uma segunda, para mim, é só isto que há, e portanto há que aproveitar.
Mas voltando às atitudes perdedoras, estas até me dão certa motivação, eu sei que não devia viver do mal dos outros mas a verdade é que toda a gente vive do mal dos outros, é triste, até é, mas se o azar de uns é mesmo a sorte dos outros, e portanto eu como não sou hipócrita estou também à espera que os outros falhem, desde que eu tenha hipótese em capitalizar no erro. Não, não faço realmente isso, mas sinceramente acredito que devia. Ainda faço parte do restrito grupo que se preocupa com o equilíbrio geral. Não vamos ser naives, há-de haver momentos em que todos vamos passar por cima de alguém para chegar ao nosso destino, como a minha mãe diz que tudo faria pelos filhos, numa situação extrema, qualquer mãe será capaz de coisas inimagináveis para a salvação de um filho, ou vice-versa. Se calhar também qualquer apaixonado será capaz de suportar muita coisa em ordem de atingir a sua meta, qualquer um de nós poderá, a qualquer momento escolher a si mesmo em vez de outrem. Alias, qualquer um de nós normalmente se escolherá a si mesmo, os actos de heroísmo estão ultrapassados e vivemos num mundo de anti-heróis. Não que isso seja o cenário ideal mas, também já ninguém tinha paciência para altruísmo.
Este texto faz-me pensar um pouco que tenho um bocado de duas personalidades, não me consigo definir bem, mas numa coisa consigo assentar, seja qual for a minha posição, é essa a correcta, porque detesto perder, e porque nunca perco nem nunca me engano, e quando me engano não admito, alias, eu nunca me engano, nem nunca me enganei, e estou sempre correcto. Sempre fui assim, eu ainda hoje não como ervilhas porque um dia uma professora da pré-primaria decidiu que me ia tentar obrigar a come-las. Não as comi, ainda hoje não as como, pode ser a única coisa que haja para comer nesta vida de estudante que não dou o braço a torcer, de notar que, tanto quanto sei, essa educadora até pode já estar na segunda vida do cogumelo, tenho quase a certeza que ela era católica.
Este texto também serve para eu olhar para este últimos 20 minutos e ver que não escrevi nada de jeito, mas como eu sou assim, vou só clicar aqui no publicar postagem a laranja.